ESTAMOS POR UMA PÉINHA
CONTINUAR COMO ESTÁ, NÃO CONTINUA
Humberto de Alencar Castelo Branco, artífice do movimento de 64, nunca disputou nenhum cargo eletivo.
Generais que tiveram participação decisiva no movimento, Geisel,
Médici, Arthur da Costa e Silva, João Figueiredo, Reinaldo Mello e
outros, nunca sequer disputaram uma cadeira de vereador.
O que determina a eclosão de um movimento militar são vários fatores.
Não se trata pura e simplesmente de perdedores políticos fardados
buscando o poder usando para isto o atalho que o golpe propicia.
CORRUPÇÃO DESBRAGADA, CONGRESSO DESMORALIZADO, JUSTIÇA DESACREDITADA.
O Executivo mergulhou num mar de corrupção nunca antes visto neste
nação. E a corrupção não se limitou ao poder central. Espraiou-se de uma
maneira tal que não existe hoje uma só Prefeitura ou Câmara de
Vereadores que não seja alvo de investigação.
Se Temer formou um bando em Brasília, antes existia um outro bando.
Nos governos estaduais difícil encontrar um que não conte com quadrilha
formada para dilapidar o erário.
E o que acontece em Brasília e nas capitais dos estados, acontece
nas Prefeituras e nas Câmaras de Vereadores de quase todas as cidades.
A corrupção institucionalizou-se em todos os níveis do executivo.
O Congresso chegou a um ponto de degradação tamanho que difícil o
dia em que senadores não se acusam de prática de patifarias. Na Câmara
Federal e nas Assembleias Legislativas os escândalos explodem
diariamente. Para não ficar fora do baile as Câmara Municipais trilham
pelas mesmas veredas.
A desmoralização chegou a um ponto tal que temos deputados
cumprindo pena exercendo mandato com uso de tornozeleira. Vereadores
condenados a mais de 5 anos de cadeia presidem Câmaras.
Virou uma zona. E zona ninguém respeita. Bilica sabe muito bem disso.
A Justiça, com morosidade de causar inveja a tartarugas gordas e
velhas, mergulha num descrédito total, sem contar os incontáveis casos
de venda de sentenças que aparecem nas páginas dos jornais e que deixam o
povo sem saber mais em quem confiar. A nomeação dos membros para os
mais altos cargos do Judiciário pelo critério político possibilita o
aparecimento de figuras sem conhecimento jurídico para advogado porta de
xadrez. E caindo a qualificação e aumentando a dependência dos seus
membros ao mundo político,um baque acontece nos tribunais no que diz
respeito ao tipo de justiça que o povo passa a contar.
A tudo isto, junte-se o descontentamento gigantesco ao tratamento
dispensado aos militares pelos que tratam da política salarial no país. A
insatisfação justa dos militares com os seus salários, um capitão
médico ganha a metade do que ganha um servidor de cafezinho do Senado e
menos do que uma manicure da Câmara Federal, que já se arrasta há muitos
anos e ultrapassou o limite do suportável, concorre para a criação de
um ambiente tendente a se mostrar simpático a qualquer tipo de mudança.
Por tudo isto discordo frontalmente
da opinião dos que não acreditam que uma interrupção abrupta do regime democrático poderá acontecer.
Creio que tudo está, como diz o matuto paraibano, por uma péinha.
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