sábado, 24 de fevereiro de 2018

                                                NOSSAS CULPAS
                               Resultado de imagem para IMAGENS DE CRIANÇAS BRINCANDO NUMA PRAÇA
                   QUE AS CRIANÇAS NOS ENSINEM A AMAR SEM DOR
         Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero como forma de inibir a delinquência. Gradeamos as nossas casas e mantemos nossos filhos presos aos jogos televisivos.
          Perdemos o direito de ir e vir.
          Pagamos o preço da substituição da fraternidade pelo egoísmo.
         Trocamos o bom gosto pelo exibicionismo, a beleza pela utilidade, a cultura pela riqueza. Só nos interessa o triunfo do materialismo e da ciência. Nos importamos muito pouco com a religião e a arte. Arte que desintegramos em manias e maneirismos.
         Buscamos a riqueza pela riqueza e nos esquecemos que a riqueza vem e a paz se vai. O corpo prospera mas a alma decai. Porque a riqueza pela riqueza equivale a perda da honra, do senso de beleza. Nos transformamos em amontoadores de coisas, nos ocupamos primordialmente em transferir dinheiro alheio para o nosso bolso.
         Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero.
         Pregamos ética, mas só praticamos a ética que nos é conveniente.
         Condenamos o egoísmo alheio e nos esquecemos de que a amizade suplanta a filosofia, e as crianças nos           tocam a alma com a música mais profunda que todas as sinfonias.
         Um dia descobriremos que os homens não são máquinas.
         E neste dia, não mais viveremos assustados, não mais clamaremos por tolerância zero. 
         E transformaremos as grades de nossas casas em balanços onde as crianças risonhas sentirão a brisa da tarde num parque de diversão, livres de qualquer medo. 
         E prezaremos mais o aperfeiçoamento da vida do que a vitória na vida.
         Se hoje as nossas cidades já não possuem alma, amanhã seremos nós que também não mais teremos alma.
         Troquemos a nossa montanha de egoísmo, a nossa fraternidade de vitrine, por um grão de humildade, por um pingo de amor ao próximo.
        Já é hora de começarmos a reconciliação maior, única maneira de acabarmos com a violência.
         E esta reconciliação plena começa dentro de nós mesmos.
                Inácio Augusto de Almeida

Um comentário:

  1. Excelente reflexão Inácio! Que Deus nos dê sabedoria para ter a coragem e força para viver em liberdade, buscando o que realmente os tesouros da alma que realmente importam nessa vida.

    ResponderExcluir