QUE AS CRIANÇAS NOS ENSINEM A AMAR SEM DOR
Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero como forma de inibir a delinquência. Gradeamos as nossas casas e mantemos nossos filhos presos aos jogos televisivos.
Perdemos o direito de ir e vir.
Pagamos o preço da substituição da fraternidade pelo egoísmo.
Trocamos o bom gosto pelo exibicionismo, a beleza pela utilidade, a cultura pela riqueza. Só nos interessa o triunfo do materialismo e da ciência. Nos importamos muito pouco com a religião e a arte. Arte que desintegramos em manias e maneirismos.
Buscamos a riqueza pela riqueza e nos esquecemos que a riqueza vem e a paz se vai. O corpo prospera mas a alma decai. Porque a riqueza pela riqueza equivale a perda da honra, do senso de beleza. Nos transformamos em amontoadores de coisas, nos ocupamos primordialmente em transferir dinheiro alheio para o nosso bolso.
Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero.
Pregamos ética, mas só praticamos a ética que nos é conveniente.
Condenamos o egoísmo alheio e nos esquecemos de que a amizade suplanta a filosofia, e as crianças nos tocam a alma com a música mais profunda que todas as sinfonias.
Um dia descobriremos que os homens não são máquinas.
E neste dia, não mais viveremos assustados, não mais clamaremos por tolerância zero.
E transformaremos as grades de nossas casas em balanços onde as crianças risonhas sentirão a brisa da tarde num parque de diversão, livres de qualquer medo.
E prezaremos mais o aperfeiçoamento da vida do que a vitória na vida.
Se hoje as nossas cidades já não possuem alma, amanhã seremos nós que também não mais teremos alma.
Troquemos a nossa montanha de egoísmo, a nossa fraternidade de vitrine, por um grão de humildade, por um pingo de amor ao próximo.
Já é hora de começarmos a reconciliação maior, única maneira de acabarmos com a violência.
E esta reconciliação plena começa dentro de nós mesmos.
Inácio Augusto de Almeida
Se hoje as nossas cidades já não possuem alma, amanhã seremos nós que também não mais teremos alma.
Troquemos a nossa montanha de egoísmo, a nossa fraternidade de vitrine, por um grão de humildade, por um pingo de amor ao próximo.
Já é hora de começarmos a reconciliação maior, única maneira de acabarmos com a violência.
E esta reconciliação plena começa dentro de nós mesmos.
Inácio Augusto de Almeida
Excelente reflexão Inácio! Que Deus nos dê sabedoria para ter a coragem e força para viver em liberdade, buscando o que realmente os tesouros da alma que realmente importam nessa vida.
ResponderExcluir