E nós te cortamos a cabeça apenas porque mandaste que comêssemos brioche
porque pão não tínhamos.
Hoje, Maria, eles atrasam salários, deixam o povo sem pão, se concedem
aumentos, vão veranear e recebem em dia os seus milionários vencimentos, sem
contar as mordomias que desfrutam por conta do povo.
Não, não debocham de nós dizendo que se nos falta pão que comamos pão.
Não, o deboche é maior e sempre acompanhado de estridentes gargalhadas.
O dinheiro dos impostos, dinheiro que
poderia servir para pagar nossos salários, é furtado através de empréstimos
consignados que fazem e se escamam do pagamento das prestações. E quando
flagrados na roubalheira, riem ainda mais e dizem que os otários contribuintes
tudo suportam caladinhos. E gargalham quando alguém pergunta pelo julgamento
dos recursos que os mantém soltos.
Chamam-nos de MEUS QUERIDOS IRMÃOS e dizem
amar a nossa cidade que vive mergulhada no mais completo abandono. Cidade sem
Segurança, sem Saúde, sem Educação. Cidade em que as crianças frequentam as
escolas esmolambadas e com fome.
Nós te cortamos a cabeça, Maria Antonieta,
apenas por nos mandaste comer bolo.
Hoje, aplaudimos e estendemos tapetes
vermelhos aos que nos tratam sem nenhum respeito e pouco se importam se nossos
filhos estão chorando pedindo pão.
Para esta gente só importa o veraneio em Tibau.
Nós te devemos um pedido de perdão, Maria
Antonieta.
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